domingo, 31 de janeiro de 2016

Os documentos do Guarujá: desmontando a farsa

30/01/2016 22:05

Como os adversários de Lula e sua imprensa tentam criar um escândalo a partir de invencionices. Entenda, passo a passo, mais uma armação contra o ex-presidente.

Abril de 2005
Marisa Letícia Lula da Silva assina o “Termo de Adesão e Compromisso de Participação” com a Bancoop – Habitacional dos Bancários de São Paulo.

A cláusula 1a. do Termo de Adesão diz: “O objetivo da Bancoop é proporcionar a seus associados a aquisição de unidades habitacionais pelo sistema de autofinanciamento, a preço de custo”.

O que isso significa?

Que Marisa Letícia tornou-se associada à Bancoop e adquiriu uma cota-parte para a implantação do empreendimento então denominado Mar Cantábrico, na praia de Astúrias,  em Guarujá, balneário de classe média no litoral de São Paulo.

Como fez para cada associado, a Bancoop reservou previamente uma unidade do futuro edifício. No caso, o apartamento 141, uma unidade padrão, com três dormitórios (um com banheiro) e área privativa de 82,5 metros quadrados.

 


Maio de 2005 a setembro de 2009
Marisa Letícia paga a entrada de R$ 20 mil, as prestações mensais e intermediárias do carnê da Bancoop, até setembro de 2009. Naquela altura, a Bancoop passava por uma crise financeira e estava transferindo vários de seus projetos a empresas incorporadoras, entre as quais, a OAS.

Quando o empreendimento Mar Cantábrico foi incorporado pela OAS e passou a se chamar Solaris, os pagamentos foram suspensos, porque Marisa Letícia deixou de receber boletos da Bancoop e não aderiu ao contrato com a nova incorporadora.

O que isso significa?
1)  Que a família do ex-presidente investiu R$ 179.650,80 na aquisição de uma cota da Bancoop. Em setembro de 2009, este investimento, corrigido, era equivalente a R$ 209.119,73. Em valores de hoje, R$ 286.479,32. Portanto, a família do ex-presidente pagou dinheiro e não recebeu dinheiro da Bancoop.
2)  Que, mesmo não tendo aderido ao novo contrato com a incorporadora OAS, a família manteve o direito de solicitar a qualquer tempo o resgate da cota de participação na Bancoop e no empreendimento.
3)  Que, não havendo adesão ao novo contrato, no prazo estipulado pela assembleia de condôminos (até outubro de 2009), deixou de valer a reserva da unidade 141 (vendida mais tarde pela empresa a outra pessoa, conforme certidão no registro de imóveis).

 


Março de 2006 a março de 2015
Na condição de cônjuge em comunhão de bens, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou ao Imposto de Renda regularmente a cota-parte do empreendimento adquirida por sua esposa Marisa Letícia, de acordo com os valores de pagamento acumulados a cada ano.

A cota-parte também consta da declaração de bens de Lula como candidato à reeleição, registrada no TSE em 2006, que é um documento público e já foi divulgado pela imprensa.

O que isso significa?
Que o ex-presidente jamais ocultou seu único e verdadeiro patrimônio no Guarujá: a cota-parte da Bancoop.




2014-2015
Um ano depois de concluída a obra do Edifício Solaris, o ex-presidente Lula e Marisa Letícia, visitam, junto com o então presidente da empresa incorporadora OAS, Léo Pinheiro, uma unidade disponível para venda no condomínio.

Era o apartamento tríplex 164-A, com 215 metros de área privativa: dois pavimentos de 82,5 metros quadrados e um de 50 metros quadrados. Por ser unidade não vendida, o 164-A estava (e está) registrado em nome da OAS Empreendimentos S.A, matrícula 104.801 do cartório de imóveis de Guarujá.  

Lula e Marisa avaliaram que o imóvel não se adequava às necessidades e características da família, nas condições em que se encontrava. 

Foi a única ocasião em que o ex-presidente Lula esteve no local. 

Marisa Letícia e seu filho Fábio Luís Lula da Silva voltaram ao apartamento, quando este estava em obras. Em nenhum momento Lula ou seus familiares utilizaram o apartamento para qualquer finalidade.

A partir de dezembro de 2014, o apartamento do Guarujá tornou-se objeto de uma série de notícias na imprensa, a maior parte delas atribuindo informações a vizinhos ou funcionários do prédio, nem sempre identificados, além de boatos e ilações visando a associar Lula às investigações sobre a Bancoop no âmbito do Ministério Público de São Paulo.

Durante esse período, além de esclarecer que Marisa Letícia era dona apenas de uma cota da Bancoop, a Assessoria de Imprensa do Instituto Lula sempre  informou aos jornalistas que a família estava avaliando se iria ou não comprar o imóvel.

As falsas notícias chegam ao auge em 12 de agosto de 2015, quando O Globo, mesmo corretamente informado pela Assessoria do Instituto Lula, insiste em atribuir ao ex-presidente a propriedade do apartamento. Em evidente má-fé sensacionalista, O Globo chamou o prédio de Edifício Lula na primeira página de 13 de agosto.

O jornal mentiu ao fazer uma falsa associação entre investimentos do doleiro Alberto Youssef numa corretora de valores e o contrato da OAS com o agente fiduciário do projeto Solaris, com a deliberada intenção de ligar o nome de Lula às investigações da Lava Jato. O editor-chefe do jornal e os repórteres que assinam a reportagem estão sendo processados por Lula em grau de recurso. (http://www.institutolula.org/lula-entra-com-acao-contra-o-globo-por-conta-de-mentiras-sobre-triplex-no-guaruja)


26 de novembro de 2015
Marisa Letícia Lula da Silva assina o “Termo de Declaração, Compromisso e Requerimento de Demissão do Quadro de Sócios da Seccional Mar Cantábrico da Bancoop”. 

Como se trata de um formulário padrão, criado na ocasião em que os associados foram chamados a optar entre requerer a cota ou aderir ao contrato com a OAS (setembro e outubro de 2009), ao final do documento consta o ano de 2009. 

A decisão de não comprar o imóvel e pedir o resgate da cota já havia sido divulgada pela Assessoria de Imprensa do Instituto Lula, em mensagem à Folha de S. Paulo, no dia 6 de novembro.

O que isso significa?
Que a família do ex-presidente Lula solicitou à Bancoop a devolução do dinheiro aplicado na compra da cota-parte do empreendimento, em 36 parcelas, com um desconto de 10% do valor apurado, nas mesmas condições de todos os associados que não aderiram ao contrato com a OAS em 2009.

A devolução do dinheiro aplicado ainda não começou a ser feita.

 

 


Por que a família desistiu de comprar o apartamento?
Porque, mesmo tendo sido realizadas reformas e modificações no imóvel (que naturalmente seriam incorporadas ao valor final da compra), as notícias infundadas, boatos e ilações romperam a privacidade necessária ao uso familiar do apartamento. 

A família do ex-presidente Lula lamenta que notícias falsas e ações sem fundamento de determinados agentes públicos tenham causado transtornos aos verdadeiros condôminos do Edifício Solaris.

Janeiro de 2016
A revista Veja publica entrevista do promotor Cássio Conserino, do MP de São Paulo, na qual ele afirma que vai denunciar Lula e Marisa Letícia pelos crimes de ocultação de patrimônio e lavagem de dinheiro, no curso de uma ação movida contra a Bancoop.

Trata-se de um procedimento que se arrasta há quase dez anos, do qual Lula e sua família jamais foram parte, e que é sistematicamente ressuscitado na imprensa em momentos de disputa política envolvendo o PT.

Além de infundada, a acusação leviana do promotor desrespeitou todos os procedimentos do Ministério Público, pois Lula e Marisa sequer tinham sido ouvidos no processo. A intimação para depoimento só foi expedida e entregue na semana seguinte à entrevista.

No dia 27 de janeiro, a Polícia Federal deflagrou a Operação Triplo X, que busca estabelecer uma conexão entre o Edifício Solaris e as investigações da Lava Jato, reproduzindo dados da ação dos promotores de São Paulo.

Diferentemente do que fazem crer os pedidos de prisão e de busca apresentados ao juiz Sergio Moro pela força-tarefa da Lava Jato, as novidades do caso, alardeadas pela imprensa, já estavam disponíveis há meses para qualquer pessoa interessada em investigar esquemas de lavagem de dinheiro – seja policial, procurador ou jornalista "investigativo".

A existência de apartamentos tríplex registrados em nome da offshore Murray e a ligação desta com a empresa panamenha Mossack Fonseca constam, pelo menos desde agosto passado, da ação que corre em São Paulo. Foram anexadas por um escritório de advocacia que atua em favor de ex-cotistas da Bancoop.

O mesmo escritório de advocacia anexou a identificação e os endereços dos supostos representantes da Murray e da Mossack Fonseca no Brasil.

Mesmo que tenham vindo a público agora, em meio a um noticiário sensacionalista, estes fatos nada têm a ver com o ex-presidente Lula, sua família ou suas atividades, antes, durante ou depois de ter governado o País. Lula sequer é citado nos pedidos da Força-Tarefa e na decisão do juiz Moro.

O que isso significa?
1)  Que fracassaram todas as tentativas de envolver o nome do ex-presidente no processo da Lava Jato, apesar das expectativas criadas pela imprensa, pela oposição e por alguns agentes públicos partidarizados, ao longo dos últimos dois anos.
2)  Que fracassaram ou caminham para o fracasso outras tentativas de envolver o ex-presidente com denúncias levianas alimentadas pela imprensa, notoriamente a suposta “venda de Medidas Provisórias”, plantada pelo Estado de S. Paulo no âmbito da Operação Zelotes.
3)  Que aos adversários de Lula – duas vezes eleito presidente do Brasil, maior líder político do País, responsável pela maior ascensão social de toda a história – restou o patético recurso de procurar um crime num apartamento de 215 metros quadrados, que nunca pertenceu a Lula nem a sua família.

A mesquinhez dessa “denúncia”, que restará sepultada nos autos e perante a História, é o final inglório da maior campanha de perseguição que já se fez a um líder político neste País.
Sem ideias, sem propostas, sem rumo, a oposição acabou no Guarujá. Na mesma praia se expõem ao ridículo uma imprensa facciosa e seus agentes públicos partidarizados.


sábado, 30 de janeiro de 2016

Macri nos dá uma ideia de como seria governo Aécio

publicado em 29 de janeiro de 2016 às 10:57 


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Milagro Sala, presa por protestar, não saiu na capa da Folha

Macri vai incendiar a Argentina

Em seu arrivismo neoliberal, o presidente Mauricio Macri está brincando com fogo e pode incendiar a Argentina em curto espaço de tempo.

A cada dia, nestes quase dois meses de governo, o empresário mafioso adota uma medida antipopular e provoca a conhecida rebeldia dos argentinos.

Nesta quarta-feira (27), ele anunciou o fim dos subsídios para a energia elétrica, o que aumentará a conta de luz em até 350%.

A decisão foi anunciada com arrogância como mais um passo para enterrar o “populismo” da ex-presidente Cristina Kirchner e para garantir a “austeridade fiscal”, tão ao gosto dos banqueiros e dos ricaços que financiaram a sua apertada vitória eleitoral em novembro do ano passado.

Segundo o novo governo, o corte reduzirá o déficit público e viabilizará o pagamento dos títulos da dívida aos rentistas. O Ministério da Fazenda, controlado por banqueiros, argumenta que os subsídios “kirchneristas” abocanham a cerca de 4% do PIB. A meta é reduzir esse índice para 1,5% ainda neste ano. O aumento da conta de luz, porém, vai pressionar a inflação, sabotando a principal bandeira de campanha de Mauricio Macri.

Até os chamados “analistas do mercado”, porta-vozes dos banqueiros, já avaliam que com a medida a inflação passará dos 30% neste ano. As maiores vítimas desta alta inflacionária serão os trabalhadores, que já prometem greves pela reposição salarial a partir de março.

Conhecido por seu autoritarismo, o novo presidente tende a rechaçar as pressões com mais violência. Após 12 anos sem cenas de repressão, a Argentina voltou a ser palco de bombas de gás, cassetetes e tiros da polícia. Servidores públicos demitidos — mais 15 mil — foram baleados e críticos das medidas antipopulares já foram presos — como a líder camponesa Milagro Sala, deputada do movimento Tupac Amaru.

Centenas decretos de “urgência” também foram baixados de forma autoritária, como o que impôs dois ministros para Suprema Corte de Justiça e extinguiu as duas agências de regulação dos meios de comunicação. O império midiático do Clarín aplaudiu as medidas ditatoriais, mas a rejeição popular nas ruas já se fez sentir, com enormes manifestações de protestos.

Em entrevista ao site espanhol Rebelión, o economista Cláudio Katz avalia que Mauricio Macri terá dificuldades para encerrar seu mandato. “Em seu primeiro mês, Macri confirmou que encabeça um típico governo de direita, que funciona com ajustes e repressão. Terminada a campanha eleitoral, os chamados à concórdia sumiram e a cada dia despertamos com um novo pesadelo. O mais grave são as demissões, que já somam mais de 15 mil servidores públicos. Com a alta de inflação nestas primeiras semanas do ano, a situação vai se agravar… Há uma campanha oficial para facilitar demissões porque o governo sabe que estrategicamente somente com um desemprego maior ele poderá lograr uma forte recomposição dos lucros dos empresários”.

“Há um cenário de repressão que explica porque Macri governa por decreto. O homem que falava em concertação, diálogo e consenso, não pára de baixar decretos. Demissões e repressão necessitam de um governo autoritário… Este é um governo das classes capitalistas de forma descarada. Os que hoje remarcam os preços são gerentes que estavam no setor privado e que hoje controlam a administração pública… É um governo da classe dominante de forma explícita e descarada”.

No cenário desenhado pelo economista Cláudio Katz, fica a pergunta: quanto tempo vai durar o reinado do mafioso Mauricio Macri? A conferir!


 

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

O vexame terminal de uma imprensa decadente e golpista

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Análise Diária de Conjuntura - Manhã - 29/01/2016
[Atenção! Vou liberar o acesso desta Análise, porque ela ficou "política" demais, e por isso precisa ser aberta a todos, mas não esqueçam que, sem a sua assinatura, o Cafezinho não poderá continuar!]

Inacreditável.

I-NA-CRE-DI-TÁ-VEL!

A gente fica pensando até onde chegará o provincianismo golpista e sabotador da mídia e de seus aliados em setores autoritários do Estado.

No dia seguinte à realização do primeiro encontro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, após mais de dois anos sem se reunir, e que contou com a presença dos principais empresários, dirigentes políticos e intelectuais do país, a manchete da Folha é sobre um sítio que Lula "frequentou", e que teria sido reformado pela Odebrecht.

A informação é dada por uma ex-dona de uma loja de material de construção, que não se lembra de nada exatamente, nem dos valores exatos (não deu nota), nem das empresas fornecedoras (diz que achava que eram todas da Odebrecht), nem do que foi comprado.

Qual a tese em questão?

Ora, é muito claro.

O objetivo é sabotar o país.

Não vai ter impeachment, tudo bem. Os golpistas já aceitaram isso. Também parecem ter aceitado que não haverá tapetão no TSE.

Mas o clima de instabilidade não pode ser debelado.

Nesta manhã, a manchete dos portais é que Lula e dona Marisa terão que dar depoimento como "investigados" ao Ministério Público de São Paulo.

A Lava Jato agiu rápido. Alguns dias depois do promotor passar por um aperto ao anunciar para mídia, antes que o ex-presidente pudesse se defender, antes mesmo de abrir o inquérito (o que é ilegal), quais eram as suas intenções, a República do Paraná lhe prestou um socorro à jato. 

Desviando o foco de todas as suas investigações anteriores, dirige suas atenções para o mesmo prédio onde Lula havia tentado comprar um apartamento.

As manchetes sobre o apartamento são originais, quase engraçadas.

"Apartamento que seria de Lula"...

E agora, com a história do sítio de Atibaia, temos uma nova figura no código penal: o sítio "usado".
Sítio usado por Lula...

Ou seja, Lula esteve lá, bebeu cerveja, comeu churrasco e foi embora.

É um sítio, é bom repetir, "usado" por Lula!

A gente fica especulando o que historiadores e analistas de mídia, quando as paixões políticas amainarem, pensarão disso tudo.

A mídia está apostando alto dessa vez.

A queda brutal na circulação de jornais, seja no meio impresso, seja no meio digital, o despenhadeiro que a Globo enfrenta em matéria de audiência, não deixam dúvidas que é preciso agir rápido.

No site da Folha ao celular, simplesmente não há menção à reunião do Conselho, um assunto de interesse de todo o país, e que reuniu a nata do PIB, a cúpula sindical, governo, movimentos sociais e artistas.

Não interessa.

O que interessa é "pegar" Lula e gerar crise, independentemente do sofrimento social que isso possa provocar.

Esse é o jornal no qual Dilma decidiu publicar o seu primeiro artigo do ano...

A agenda política na grande mídia, que sempre foi estreita, estreitou-se ainda mais. Não se pode falar de outra coisa. Todas as baterias estão voltadas contra Lula.

Por que o ódio contra Lula?

O Brasil não cresceu em seu governo? Os bancos não ganharam dinheiro? A dívida pública não caiu? O Brasil não conseguiu se tornar, mais que em nenhum momento de sua história, um respeitado "player" global? Não foram iniciadas obras de infra-estrutura necessárias ao desenvolvimento econômico? Não há consenso de que, em seu governo, houve um inédito processo de libertação social, convertido em modelo para o mundo inteiro?

Depois de décadas de vida pública, depois de ter sua vida devassada, seus sigilos quebrados, o máximo que encontram contra Lula é que a Odebrecht reformou um sítio que ele frequentou?
O que isso significa? Que Lula se vendeu, maliciosamente, pensando em "usar" o sítio reformado pela Odebrecht?

A história do apartamento é igualmente ridícula.

Ambas as histórias são prenhes de intrigas e fofocas, histórias de vizinhos.

A mesma imprensa que esquece Eduardo Cunha, que tem contas comprovadas e não declaradas no exterior, de milhões de dólares, persegue Lula porque ele "usou" um sítio?
 
Francamente!

O campo progressista não pode se deixar intimidar por esse tipo de perseguição. O desespero da mídia e de seus tentáculos no Estado é sinal de derrota!

Ainda temos o caso de José Dirceu, em que um delator delata, deslata, e delata de novo. E o Ministério Público, oportunamente, diz que não há gravação do depoimento que poderia ajudar em sua defesa. Que esculhambação!

A conspiração midiática-judicial se embaralha, ganha ares mafiosos. Impulsionada pela ansiedade em cumprir logo seus objetivos, envereda cada vez mais abertamente para a perseguição política.

Todos parecem ter mordido a isca lançada por Lula. Querem me perseguir, parece ter dito o ex-presidente. Então o façam logo! Vamos para o pau agora!

As pessoas se perguntam: Lula será preso? Por que razão? Por ter "usado" um sítio? Por NÃO ter comprado um apartamento num prédio chinfrim de Guarujá?

Em outros países, ex-presidentes corruptos adquirem imóveis em Nova York, Miami, Paris. Compram fazendas. Juntam milhões no exterior.

No caso de Lula, ele adquire, a prestação, uma cota num condomínio, e a revende mais tarde, sem comprar o apartamento.

E "usa" um sítio...

A conspiração entrou numa espiral sem saída, e arrasta a mídia para um abismo sem fim. Afinal, o que esperam?

Das duas, uma.

Ou prenderão Lula sem provas, desmoralizando-se, criando um enorme desconforto político que se refletirá obviamente no exterior, provocando uma onda de denúncias contra a emergência de um Estado policial delinquente, uma ditadura instalada, uma doença, um absesso cheio de pus, dentro do Estado democrático.

Ou então não prenderão Lula e lhe darão o maior atestado de idoneidade que um político jamais teve.

Sim, porque quebrar o sigilo de Lula não podem mais, porque já o fizeram.

Fazer uma devassa em sua vida e na de seus familiares também não podem mais, porque já o fizeram.
Claro que são criativos.

Venceram, até certo ponto, a batalha da opinião pública. Um parte expressiva do povo, inclusive pessoas simples, querem ver a caveira do Lula.

Essa é uma opinião volátil, manipulada, que pode virar pelo avesso em alguns anos, transformando o vilão em herói - é o que vai acontecer.

Mas e a opinião dos intelectuais, dos sindicalistas, dos movimentos sociais, de toda a vanguarda progressista da sociedade?

Assim como ocorreu quando tentaram aplicar o impeachment em Dilma, a perseguição a Lula amplia a sua popularidade em setores essenciais da luta política.

Lula já foi o herói do povo. Voltará a sê-lo, em seu devido tempo.

No momento, Lula volta a ser o herói dos intelectuais e dos sindicalistas, e de todos que entenderam o jogo sujo da mídia, e desconfiam que investigações policiais foram transformadas em conspirações políticas.

É angustiante e emocionante.

A mídia aposta na virada conservadora, só que vai com sede demais ao pote, com risco de entornar o caldo.

Conservadores e progressistas assistem, tensos, a bolinha rodar e rodar no casino da história, sem saber onde ela vai cair: no vermelho ou no preto?

Lula será visto como bandido ou heroi?

Os conservadores têm, é claro, um problema sério: eles precisam de crise para ganhar. Por isso a aposta no caos econômico e político. Nenhuma iniciativa de recuperação econômica lhes interessa.

Os progressistas também tem um problema: é muito difícil se posicionar contra o judiciário. É extremamente difícil mostrar à opinião pública que, por trás da toga, se desvelam interesses nocivos, partidários, obscuros.

Entretanto, podemos afirmar, desde já: o povo brasileiro vencerá, cedo ou tarde, porque não se pode enganá-lo por muito tempo.

O que Lula proporcionou ao povo brasileiro não pode mais ser apagado da história. Ao tentar pintá-lo como bandido, a mídia completa a sua lenda, conferindo-lhe um ar de mito político, visto que todas as grandes lideranças populares da história passaram por essa etapa, sempre foram perseguidas pelos poderes dominantes de sua época.

Os grupos de mídia, por sua vez, não podem apagar o rastro sujo que deixaram na história política do país: a sua hostilidade constante à democracia, apoiando golpes, ontem, hoje e sempre.

A história, moça irônica, trabalha secretamente, rindo no escuro.

Os perseguidores de Lula serão apagados da história, ou tratados como tristes vilões num país ainda vítima do racismo, do preconceito político, do mais profundo egoísmo social.

Num país sem herois, envergonhado de si mesmo, com um problema grave de baixa autoestima coletiva, o histerismo, o ódio, o preconceito, que permeiam toda essa perseguição a Lula, são o esterco com que a história cultiva o florescimento de uma coisa nova, grande, algo que poderá exercer poderosa influência em nosso futuro, que poderá derrubar, por fim, séculos de intolerância, viralatismo e manipulação.

A história, como sempre, transformará lixo em ouro, e fará nascer algo que nunca tivemos: um símbolo.

Dessa vez, porém, não será um símbolo enforcado, esquartejado, humilhado, como Tiradentes, um símbolo que nunca obteve, em sua vida, uma mísera vitória.

Não, agora teremos o símbolo de um homem que venceu, que governou o país, que lutou pelo povo.

Em sua campanha de ódio, a mídia e seus cúmplices estão esculpindo, sem o saber, o símbolo que os irá destruir.



 

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

É inexplicável a ausência de gravação em delação contra Zé Dirceu

Por Renato Rovai janeiro 27, 2016 23:08 


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Fernando Moura fez um acordo de delação premiada e deixou a prisão. O que se sabia até ele ser ouvido pelo juiz Sérgio Moro, no dia 22, última sexta-feira, era que  ele revelara como o ex-ministro José Dirceu organizou, a partir da diretoria de Serviços da Petrobras, controlada por Renato Duque, uma parte do que seria um caixa dois do PT.

Acontece que Fernando Moura, confrontado por Moro com as suas supostas declarações, não as confirmou. E como José Dirceu é citado na delação que agora Moura nega, Roberto Podval, advogado do ex-ministro, fez o óbvio e solicitou as gravações do que estava transcrito. Áudio, vídeo, sinal de fumaça, qualquer coisa.

E a resposta do Ministério Público foi a de que elas não existem.

Não faz o menor sentido não gravar uma delação tão explosiva quanto essa numa investigação do porte e do risco da Lava Jato.

Qualquer estagiário de jornalismo sabe que se chegar na redação com uma história dessas sem qualquer prova e tiver um editor responsável, ela não é publicada.

Ou seja, a ausência de gravação não cola.

Nelson Rodrigues poderia atribuir isso ao Sobrenatural de Almeida ou poderíamos dizer que se trata do inexplicável futebol clube. Mas em casos de investigação criminal o inexplicável não condena ninguém. Absolve. Se não tiver como explicar e provar, não vale.

O MP e a PF parecem ter aberto a temporada de brincar com fogo. O nome da Operação de hoje, Triple X, também é mais político do que qualquer outra coisa. Há uma sanha persecutória em alguns ambientes que hoje atinge uns, mas que amanhã pode atingir outros.

Nunca é tarde demais para lembrar que o Estado de Direito deve ser sempre o limite da democracia. E brincar com ele é brincar com ela.

 

Nobel da Paz convida Lula como ‘voz moral’ para conselho, diz instituto

 

Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula
Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu ontem, dia 27, o indiano Kailash Satyarthi, ganhador do Prêmio Nobel da Paz em 2014.

Satyarthi convidou o petista para participar de um conselho internacional que discutirá temas como trabalho infantil, tráfico de pessoas e trabalho escravo.

Segundo o Instituto Lula, o ativista disse que está em busca de pessoas que sejam uma “voz moral” no mundo, e que “essa voz estaria incompleta” sem o ex-presidente.

Lula aceitou o convite.


 

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Polícia Federal ontem e hoje: de FHC à Dilma Rousseff

Marcelo Auler

Pollícia-Federal-BrasãoNa primeira metade dos anos 90, a Polícia Federal do Rio foi comandada por delegados bastantes problemáticos. Que o digam os procuradores da República que ingressaram na instituição naquele período, Passavam um dobrado, por não confiarem em muitos dos policiais lotados na Superintendência Regional  (SR/DPF/RJ).
 
Um destes ex-superintendentes, Eleutério Parracho, foi expulso da Polícia Federal junto com outros agentes após extorquirem 2 milhões de dólares – o pedido inicial era de 10 milhões de dólares – da direção latino-americana do Israel Discount Bank. Outro, Edson Antônio de Oliveira, envolveu-se também em concussão e no recebimento de mesadas dos bicheiros do Rio. Sua expulsão foi proposta em um Processo Administrativo Disciplinar (PAD). Injunções políticas levaram o então ministro da Justiça, Nelson Jobim, a rejeitar a demissão. Ele só saiu do DPF, por força de sentença judicial transitada em julgado, depois de ser preso, em 2012, 25 anos após o crime contra dois comissários da antiga Varig; 15 anos após a primeira sentença. Morreu brigando na Justiça pela sua reintegração.
 
Um terceiro ex-superintendente foi acusado pelo Ministério Público Federal de usar o carro apreendido com um traficante, tal como o juiz Flávio Roberto de Souza, pego dirigindo o Porshe de Eike Batista que ele mandara apreender. O detalhe importante é que o ex-superintendente tinha carro oficial e motorista. Ainda assim, durante o seu expediente de trabalho, o carro do qual tornou-se fiel depositário era multado por excesso de velocidade na Linha Vermelha. Recebi as multas do próprio traficante, um advogado recolhido à prisão especial de Benfica. Até hoje ignora-se quem dirigia o carro enquanto o superintendente trabalhava. Assim era a Polícia Federal dos anos 90.
 
Em 1995, fações do tráfico disputavam, com armas importadas, o domínio das comunidades da cidade. Isso fez o coordenador do Viva Rio, Rubem César Fernandes, mobilizar a sociedade em busca da paz. Com o apoio integral dos representantes dos três principais jornais da cidade – João Roberto Marinho (O Globo), Kiko Nascimento Brito (JB) e Walter Mattos (então em O Dia) – foram ao presidente Fernando Henrique Cardoso pedir maior atuação da Polícia Federal no estado, a começar pela sua Superintendência, um órgão sob suspeita.
 
A ação da equipe do delegado Onézimo Sousa foi saudada pelos jornais do Rio, com o Globo de 12 de setembro de 1995 - reprodução
A ação da equipe do delegado Onézimo Sousa foi saudada pelos jornais do Rio,
com o Globo de 12 de setembro de 1995 – reprodução

FHC ordenou e o diretor geral do DPF, Vicente Chelotti, mandou uma equipe investigar como as armas e drogas entravam no Rio. O encarregado do trabalho foi o hoje delegado aposentado Onézimo Sousa, que desembarcou na cidade com sua própria equipe.
 
Em poucos meses e após muitos percalços – um carro que achavam que ele usava foi baleado, seu quarto de hotel foi invadido e revirado – Onézimo voltou à Brasília com provas de policiais federais envolvidos na criminalidade. Reivindicou a prorrogação da sua estada no Rio para aprofundar o trabalho.
 
Reuniu-se com Chelotti e com diretor de Inteligência Policial (DIP), o hoje ex-deputado federal pelo PMDB e candidato a deputado derrotado pelo PSDB, delegado aposentado Marcelo Itagiba, Ele é um dos que aparecem no Youtube acusando o governo de Dilma Rousseff de querer esvaziar financeiramente a Polícia Federal.
 
Na época, o pedido de Onésimo girava em torno de um valor irrisório para diárias do hotel e alimentação, algo em torno de R$ 20 mil. Não se falava em corte de orçamento, antes pelo contrário, o presidente FHC, como noticiou O Globo na reportagem acima, instruiu Chelotti a não poupar recursos nem pessoal naquela missão. Onézimo, porém, como recordou nesta quarta-feira (20/01), ouviu um sonoro não da direção do DPF. “Alegaram falta de recurso, mas os motivos eram outros”, desabafou.

Ou seja, não era verba, mas falta de vontade política da direção do DPF. Impediram a continuação do trabalho que o presidente da República prometera ao Viva Rio. Mais ainda, anos depois, não sabiam onde estava o material entregue por Onézimo com as gravações das escutas de telefonemas de traficantes investigados.
 
Em 2003, não foi mera coincidência, mas um sinal de mudança de rumo. Ao assumir a direção do DPF, com total apoio do ministro Marcio Thomaz Bastos e, ainda , do presidente Lula, o delegado Paulo Lacerda deu início às operações policiais que hoje viraram rotina, cortando na própria carne, para dar exemplo. Foi a Operação Sucuri, em Foz de Iguaçu, que prendeu policiais federais e Auditores da Receita Federal envolvidos com o contrabando e o descaminho de mercadorias. Entre eles estava o agente Newton Ishi, hoje mais conhecido como japonês bonzinho.


Revista Art. 5ª, edição 43, março/abril de 2015
Revista Art. 5ª, edição 43, março/abril de 2015

Tudo isso me veio à memória ao cair nas minhas mãos um número atrasado da Revista Art. 5ª,  edição nº 43, dos meses de março/abri de 2015. Trata-se de uma revista da Associação Artigo 5º – Delegados e Delegadas da PF para a República e a Democracia. A Associação, cujo nome é uma referência ao artigo da Constituição com Direitos e Garantias Fundamentais, tem por objetivo algo inusitado no meio policial: defender os Direitos Humanos (DH), motivo pelo qual, segundo alguns policiais, não tem muitos sócios: “DH é tema ainda espinhoso na instituição, em que pese a PF ter uma diretoria voltada para os Direitos Humanos”.

Já na capa há uma chamada que despertou interesse: “Aos 71 anos, mais do que crimes, a PF revela o cinismo da sociedade”, E continua, questionando:
Se a corrupção “passou dos limites”, qual o limite anterior? O dos governos passados? O dos escândalos não apurados ou arquivados? Quem figura nas  centenas de inquéritos que tramitam em sigilo na PF distante da grande mídia?”
O principal artigo – Da Satiagraha à Operação Lava Jato – é assinado pelo delegado federal aposentado Armando Rodrigues Coelho Neto. A ele, injustamente, relacionei uma postagem sobre o salário de Paula Rousseff Araujo, filha da presidente Dilma, na matéria Briga por verba reflete a briga contra Dilma na PF.

Também da autoria dele, o Jornal GGN, de Luis Nassif, postou, nesta quarta-feira (20/01) outro artigo interessantíssimo, que recomendo a leitura: Para não dizer que não falei do Moro,

Na reportagem que escreveu na Revista Art. 5º ele, que vivenciou muitos anos de Polícia Federal, historia como a instituição chegou ao que é hoje – inclusive com um  plano de marketing para retirá-la do atoleiro em que estava e um financiamento pedido no governo de FHC junto à França. Mas, mostra também os riscos que se corre hoje. Um artigo que, pelo que apuramos, provocou ira e revolta em muitos delegados, como mais uma demonstração do racha que existe na categoria. Por achá-lo atual e interessantíssimo, trouxe para o blog:

Da Satiagraha à Operação Lava Jato

Armando Rodrigues Coelho Neto, Delegado Federal aposentado e jornalista


Excessos de otimismo à parte, a Polícia Federal já foi atacada de todas as formas, conforme a conveniência do opositor. Já foi rotulada de Polícia da Ditadura, Polícia do Fernando Collor de Mello, Polícia do Fernando Henrique Cardoso ou Polícia do Lula (Luiz Inácio Lula da Silva).Todas as expressões foram empregadas com sentido pejorativo. E, como dito, ao sabor do opositor, pois durante a Operação Satiagraha, ação policial voltada contra o desvio de verbas públicas, a corrupção e a lavagem de dinheiro (quando vários banqueiros foram presos) a dinâmica deu margem a expressão “Estado Policial”. Uma velada alusão ao estado policialesco.
 
O resultado concreto da Satiagraha foi a anulação de peças e até de inquéritos. O banqueiro Daniel Dantas foi preso e libertado duas vezes e um dos habeas corpus teria sido despachado na calada da noite, assinado pelo juiz Gilmar Mendes, o mesmo que criticou a “escandalização da prisões” da PF e que hoje, controvertidamente, aplaude os escândalos protagonizados durante a Operação Lava-Jato.
 
No inventário da Satiagraha, o juiz Fausto De Sanctis (o Sérgio Moro de então) foi processado administrativamente. Já o delegado federal Protógenes Queiroz, acuado pela imprensa e pela própria instituição, exilou-se numa candidatura. Apesar dos quase 200 mil votos, precisou ser arrastado pelo palhaço Tiririca (também candidato e campeão de votos) para eleger-se deputado federal. Protógenes ficou imune temporariamente, mas ao não se reeleger, voltou à PF e foi demitido. Hoje, administra uma polêmica tentativa de volta à instituição.
 
DPF Armando Rodrigues Coelho Neto, contra o impeachment, crítico à Operação Lava Jato e discordando do encaminhamento da campanha salarial que seus colegas fazem
DPF Armando Rodrigues Coelho Neto,
contra o impeachment, crítico à
Operação Lava Jato e discordando
do encaminhamento da campanha
salarial que seus colegas fazem
Todo esse barulhaço, porém, teve origem num trabalho de marketing que começou, não necessariamente com esse objetivo, no final do governo Fernando Henrique Cardoso – uma fase obscura da Polícia Federal. Naquela época, tempos em que a França ainda dispunha de algum dinheiro, aquele país emprestou ao Brasil considerável verba destinada à aplicação na área de segurança, beneficiando particularmente a Polícia Federal. O dinheiro, entretanto, estava vinculado a um planejamento operacional. Sem planejamento para a aplicação da verba, o dinheiro não seria liberado, embora já creditado na contra do Brasil.

Tempos angustiantes para o eficiente delegado federal José Francisco Mallmann, integrante da cúpula da PF, em Brasília/DF, um dedicado servidor que gerenciava crises policiais do governante da época.
Em uma delas, para atender reclamos da sociedade, criou-se o Fundo para Aparelhamento e Operacionalização das Atividades-fim da Polícia Federal (Funapol), voltado para o custeio e manutenção das atividades da Polícia Federal (PF).
      O fundo, que seria uma melhoria de caixa da PF, muito cedo veio a cair na vala comum do orçamento da União e nada, praticamente nada, passou a retornar à instituição.
Delegado Federal José Francisco Mallmann - Reprodução Governo RS
Delegado Federal José Francisco
Mallmann – Reprodução Governo RS
Pois bem, Mallmann vivia em busca de alternativas e aliou-se a uma legião de servidores da instituição. Dessa união resultou um grupo para criar um planejamento quinquenal para o uso da tal verba da França, um empréstimo, aliás, sobre a qual o Brasil já pagava juros mesmo sem usar, e não o usava, pasmem (!) por falta de planejamento.
 
Um ano de trabalho transcorreu, no qual delegados, peritos, agentes, escrivães e servidores administrativos, alojados na Academia Nacional de Polícia (Sobradinho/DF) empenharam-se e criaram um planejamento plurianual para aplicação da verba em cinco anos.

O Ovo da Galinha e a Escandalização – Teve início a elaboração de um Plano Quinquenal que descia a detalhes, inclusive o de dar visibilidade à Polícia Federal. E um dos motivos ocultos pode ser revelado agora: uma briga que sobrevive até hoje com o Ministério Público Federal, já que as queixas internas eram e são frequentes. “Nós trabalhamos e os que aparecem são os procuradores da República”. Um publicitário que participou dos trabalhos disse então, durante uma sessão de atividades, que “o ovo da galinha faz mais sucesso do que o da pata porque ela faz mais barulho quando o põe”…

Operação Satiagraha  - Foto Fenapef
Operação Satiagraha – Foto Fenapef
Nessa trilha da PF em ação, concretizado o plano, o barulho do ovo da galinha veio através de diligências pirotécnicas e controvertidas com nomes esquisitos (grotescos ou pitorescos) que caíram no gosto popular. Servem de exemplo as operações Gasparzinho, Alegoria da Caverna, Carniça, Pintando o Sette, Trem Fantasma e a atualíssima Lava-Jato, entre tantas.
 
Uma mão na roda para o governo Lula, que foi içado à Presidência da República lastreado por um discurso popular. O Planejamento Quinquenal da PF não foi um parto tranqüilo, pois de início, sofreu forte influência de um ex-graduado militar egresso da Marinha que pôs em prática um tal Método Grumbach de Gestão Estratégica, que através de uma suposta metodologia de computador geraria um processamento de análises prospectivas. Leia-se, projeção lógica do que poderia acontecer.
 
Dessa metodologia surgiu como prioridade algumas “ameaças”, tais como a suposta criação de “Estado Indígena” na região do Amazonas, um ataque ao Brasil por fronteiras, entre outras conclusões “científicas”. Pelo método, várias autoridades de diversos segmentos sociais respondiam questionários e do cruzamento das respostas sairia o veredicto. Aliás, um dos questionários recebeu uma irônica resposta do polêmico comentarista da Globo News, Diogo Maninardi. Com nítidos contornos de ideologia militar, originariamente, a conclusão do plano foi recebida com restrições pelos participantes. O cheiro de caserna foi espantado a muito custo (leia-se debates acalorados). Finalmente, o resultado “científico”, sob pressão, atribuiu ao combate à corrupção a prioridade máxima.
“Nós só temos um problema no Brasil, que é a corrupção. Os outros são consequências, derivações dela”, comentou à época Armando Rodrigues Coelho Neto, integrante do grupo e hoje editor da revista Artigo 5º.
E assim, com pompa e circunstâncias, com cerimônia de entrega e tudo, dentro da Academia Nacional de Polícia, o delegado federal José Francisco Mallmman, ladeado pelo então diretor-geral da instituição, Agílio Monteiro Filho, deu-se a entrega do primeiro Planejamento Quinquenal da Polícia Federal. Um trabalho a ser repassado ao vencedor do pleito eleitoral de 2002. Na prática, um conjunto de enunciados de prioridades consubstanciadas sob o princípio do “Não importa quem vença as eleições; se José Serra (PSDB) ou Luis Inácio Lula da Silva (PT). O plano é republicano”. Venceu Lula, que ao receber cópia do documento, e, ao conhecer seu conteúdo, disse:
“esse é o plano de meu governo para a Polícia Federal”.
HSBC Gate e Operação Zelote – Aos poucos, a PF mostrou sua nova face, ainda que tropeçando na apelidada “testosterona policial”, numa alusão a ousadia dos novos delegados da PF, “acima do bem e do mal”, como ironizou uma juíza federal de Pernambuco. As interceptações telefônicas, ainda que autorizadas pela Justiça, pareciam ter saído do controle, dando margem até ao folclórico “grampo” do então presidente do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, cujo áudio nunca foi ouvido e nunca se provou que tenha existido.
A denominada “grande mídia” encarregou-se de propalar a onda do grampo, alardeando o tal “Estado Policial”. Desse modo, palavra como “busca” passou a ser tratada editorialmente por “devassa” ou “invasão” e reverberou à exaustão a apologia da privacidade, pouco importando o que estavam a revelar as interceptações telefônicas.
Em nome do princípio da legalidade, hoje aparentemente tão negligenciado, juristas e jornalistas de todos os expoentes teceram loas a esse mesmo princípio – valores nobres inseridos na Constituição Federal. Mas, logo passaram a negar, embalados pelo partidarismo eleitoral. Hoje, a grande mídia, em plena lua de mel com a Polícia Federal, já não prioriza mais aqueles princípios.
Cinismo e hipocrisia – Pelas novas regras, valem o interesse público, os vazamentos seletivos, enquanto os institutos da ampla defesa, presunção de inocência só são lembrados em cantos de páginas de jornal.
Por força da ação da PF, antes mesmo de revelar crimes, involuntariamente, a instituição deixou à mostra os pilares da esquálida democracia no Brasil, para logo a seguir revelar o cinismo e a hipocrisia. Era como se a massa crítica nacional acreditasse em capitalismo samaritano e que as doações de campanha não tinham e nunca tiveram retorno para os doadores.

Parte do dinheiro envolvido na Operação Zelotes, que poParte do dinheiro envolvido na Operação Zelotes, que pode ser maior que a Lava Jato Reprodução CartaCapital - 28/03/2015
Parte do dinheiro envolvido na Operação Zelotes,
que pode ser maior que a Lava Jato Reprodução CartaCapital – 28/03/2015
Será que a sociedade nunca soube ou presumiu que havia corrupção? Sem arriscar resposta, melhor lembrar que recentemente, 8 mil contas de brasileiros apareceram no escândalo do banco britânico HSBC. Nesse “HSBC Gate”, o Brasil figura entre os quatro países com o maior número de clientes. Dinheiro honesto à parte, existem valores frutos de evasão de divisas, sonegação fiscal, tráfico de droga, contrabando, corrupção. Sobre isso, paira o silêncio da grande mídia e nem se tem notícia de vazamentos seletivos ou interesse público.
 
Esquecido o “HSBC gate”, logo após, veio Operação Zelote da PF, que trouxe à tona sonegação fiscal que atinge R$ 580 bilhões, com envolvimento de grandes empresas, inclusive multinacionais.
A Artigo 5º dedicou a edição nº 37 (março/abril/2014) ao tema corrupção e uma das denúncias ali contidas foi:
Até 1999, a Alemanha permitia que a propina paga em países como o Brasil fossem deduzidas do imposto de rendas das matrizes das empresas naquele pais, segundo relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Quem eram os governantes de então? Que fatos da dimensão ora apontadas fujam do conhecimento ou compreensão da grande massa de analfabetos ou semi é compreensível. Mas que escapem às análises dos expoentes jurídicos, econômicos e da grande mídia parece improvável. Soa, portanto, como falsa a perplexidade e ou surpresa da massa crítica nacional, diante do que a Polícia Federal vem revelando.
“É claro que a circunstância dos fatos estarem a mostra agora não absolve culpados atuais e passados, mas deixa evidente a hipocrisia e o desinteresse dos “grandes debatedores”, que não aprofundam o tema. Pelo contrário, fulanizam e partidarizam-no. O fazem a tal ponto de arranhar a credibilidade não apenas de investigantes, mas do Ministério Público e Justiça Federal, com descarado apoio da dita “grande mídia”.
 
A PF está mais forte não apenas por ter posto em prática um Plano Quinquenal de ações – já prorrogado por mais quinze anos. Mas também porque, paradoxalmente, só no Governo da presidenta Dilma Rousseff foram sancionadas 13 leis e/ou normas que a fortaleceram. A regulamentação da lei de Colaboração Premiada está entre essas normas. E, de longe, a PF recebeu nos doze últimos anos mais e melhores recursos materiais e humanos do que em quaisquer outros.
 
Sobrevivem, no entanto, insatisfações internas entre integrantes da categoria, atualmente agravado pelo contingenciamento de verbas aplicado em todas as áreas, mas que muitos insistem em tratar como “desmonte” da PF, como se caso único fosse. Na prática, um forte apelo popular em nome da “Operação Lava Jato”, que vem apimentando uma justa campanha salarial, ainda que viciada pelo tenso clima político”.

 Fonte




quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Brasileiro vem passear a Nova York, é operado de emergência e família vive pesadelo

 

12/01/2016

O paulistano Sergio Umberto Ingegneri foi operado de emergência três dias antes do Ano Novo, durante viagem de férias com a família 
 
O casal Sérgio Umberto e Jaqueline Ingegneri durante viagem pela Europa (Foto: Facebook) 
O casal Sérgio Umberto e Jaqueline Ingegneri
durante viagem pela Europa (Foto: Facebook)
Após juntar as economias durante um ano para passar o Reveillon 2016 em Nova York, o casal Sérgio Umberto e Jaqueline Ingegneri e os dois filhos, uma adolescente de 17 anos e um menino de 12 anos, naturais de São Paulo (SP), realizaram o tão esperado sonho. Quando foram comparar as passagens internacionais ainda no Brasil, foram informados sobre uma promoção oferecida pela Mastercard que, se elas fossem adquiridas através do cartão de crédito, eles ganhariam automaticamente um seguro de viagem, explicou Jaqueline, via telefone, à equipe de reportagem do BV, na sexta-feira (8).

Esta é a 3ª vez em que a família visita a Big Apple e planejava ficar na cidade entre 22 de dezembro e 4 de janeiro, retornando ao Brasil logo após a virada do ano. Em 28 de dezembro eles alugaram um carro e visitaram New Jersey, passando a maior parte do dia no parque de diversões 6 Flags, em Edison. Entretanto, o sonho começou a virar pesadelo depois que Sérgio queixou-se com a esposa de fortes dores abdominais, ainda durante o passeio no Estado Jardim. Na chegada ao hotel, em Manhattan (NY), as dores persistiram e a balconista (consiérge) ligou para um serviço de ambulância que levou o brasileiro e sua família ao Hospital Roosevelt Mount Sinai, na 10ª Avenida, onde ele foi atendido na emergência. Após ser submetido a exames de sangue, urina e raios X, uma tomografia computadorizada revelou que Sérgio sofria de obstrução intestinal e, portanto, precisava ser operado urgentemente. Durante a cirurgia, os médicos constataram que o intestino do brasileiro havia rompido e o conteúdo espalhado pelo abdômen, sendo necessária uma lavagem intestinal e a extração de parte dos intestinos grosso e delgado, detalhou Jaqueline.

Desorientada, ela contatou o seguro de saúde no Brasil e a atendente, identificada como Fernanda, insistia todo o tempo que ela enviasse o laudo médico à companhia. Na terça-feira (5), Sérgio recebeu alta do hospital, mas a cirurgia não pôde ser suturada, pois o processo de cicatrização, em casos assim, deve ocorrer de dentro para fora, explicou Jaqueline. Quando enviou o laudo médico do esposo à seguradora e ligou novamente, ela foi informada que o seguro não cobriria o atendimento de Sérgio no hospital porque já havia ultrapassado a quantia de US$ 100 mil.

“Eles (seguradora) simplesmente nos abandonaram”, disse a brasileira ao BV. “Eles aconselharam que nós fizéssemos um seguro de saúde paralelo”.

Ela acrescentou que a seguradora queria repatriar Sérgio ao Brasil a todo custo, embora o estado de saúde delicado do seu marido não permite que ele embarque em um voo convencional.

Jaqueline detalhou que o médico responsável por seu marido deu-lhe alta do hospital quando ele ainda tinha o seguro de saúde, mas determinou no laudo que o paciente fosse atendido por uma enfermeira enquanto estivesse em período de observação no hotel. Nesse período, Sérgio foi infectado por duas bactérias, que foram combatidas graças a antibióticos poderosos.

“O meu medo como mãe e esposa é lutar pela vida do meu marido. Eu temo pela vida dele. Eu não seu até onde é o meu dever e o meu direito”, desabafou.

Em 1 de janeiro, ela conseguiu enviar os filhos de volta a São Paulo em um voo da Delta Airlines, após pagar US$ 150 por um acompanhante. Os jovens chegaram ao Aeroporto Internacional de Guarulhos no dia seguinte (2) e desde então estão sob os cuidados de familiares do casal.

“Eles (filhos) ficaram bastante abalados, pois viram o pai naquele estado no hospital, aqui o sistema é diferente, mas agora estão bem no Brasil”, disse Jaqueline.

Na tentativa de conseguir ajuda, ela disse que inicialmente contatou o Consulado Geral do Brasil em Nova York. “O Consulado foi muito objetivo: a atendente me disse para ligar em caso de óbito e mais nada. Você perdeu os documentos? Você foi presa? Alguém morreu? Somente em casos de óbito; somente indicamos a companhia aérea para levar o corpo. Realmente, eu estou falando com o Consulado do Brasil”, relatou a brasileira ao BV.

Durante a entrevista, ela detalhou que na segunda-feira (11), Sérgio seria examinado novamente pelo médico que o acompanhava no hospital. Durante o exame, o médico determinaria se o brasileiro teria a cirurgia fechada, a manteria aberta e quantos dias mais ele deveria ficar sob observação. No mesmo dia, a equipe de reportagem do BV tentou contatar várias vezes, via telefone, o casal de  brasileiros, mas não obteve sucesso.

Na tarde de terça-feira (12), a equipe do BV contatou novamente o The New York Manhattan Hotel, na 32nd St., em Manhattan (NY), onde os brasileiros estavam hospedados, entretanto, foi informada por uma atendente, que se identificou como “Sophie”, que o casal havia ido embora naquele dia.

Ainda na terça-feira, a equipe do BV contatou, via telefone, Priscila Tancredi, conhecida do casal, que informou que Sérgio Umberto havia recebido permissão do médico nos EUA e, portanto, o casal viajou às 7 horas da noite de volta ao Brasil.


 

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Parentes tentam arrecadar US$ 100 mil para brasileira acidentada nos EUA

11/01/2016 16h27 - Atualizado em 11/01/2016 17h44
 
Rúbia Rodrigues mora há três anos em Connecticut e precisa de tratamento.
Jovem sofreu um grave acidente de bicicleta e teve traumatismo craniano. 
 
Gabriela Lago
Amigos e parentes fazem campanha na internet para ajudar a trazer Rúbia de volta ao Brasil (Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal)
Amigos e parentes fazem campanha na internet para ajudar
a trazer Rúbia de volta ao Brasil 
(Foto: Arquivo Pessoal)
 
Amigos e parentes da brasileira Rúbia Letícia Rodrigues, de 32 anos, tentam arrecadar US$ 100 mil (cerca de R$ 400 mil) para trazê-la de volta ao Brasil, após um grave acidente. A jovem mora há três anos nos Estados Unidos e ficou com sequelas depois de sofrer traumatismo craniano.

"Ela está acamada com poucos movimentos nos membros. Os braços não esticam mais, as mãos ficam fechadas e os pés estão tortos", conta o irmão dela Rômulo Celso Rodrigues, de 33 anos.

A campanha está sendo feita nas redes sociais e um site para arrecadação foi divulgado para quem quiser contribuir.

Rúbia é de Paraíso do Tocantins, mas mora há três anos na Cidade de Brigdeport, em Connecticut. A jovem é praticante de esportes ao ar livre desde a infância e a paixão dela é o ciclismo. Nos EUA, ela trabalhava como diarista.

Acidente
Mas a vida de Rúbia mudou completamente no dia 7 de setembro de 2015. Ela andava de bicicleta com o namorado em Fairfield quando caiu e bateu com a cabeça no meio-fio.

Diagnosticada com traumatismo craniano, Rúbia passou por três cirurgias e atualmente depende de cuidados de enfermeiras e parentes. Mesmo com todos o tratamento recebido, segundo Rodrigues, as sequelas são graves. "Por não fazer fisioterapia intensa, ela está sofrendo contração muscular e os membros estão retraindo."

Ciclista de 32 anos ficou em estado grave após acidente (Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal)
Rúbia ficou em estado grave após
acidente (Foto: Arquivo Pessoal)
Os US$ 100 mil que a família tenta arrecadar serão usados para pagar o transporte da jovem de volta ao Brasil, que precisa ser feito em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) aérea.

Rodrigues explica que além do dinheiro para o transporte, a família precisa de ajuda para pagar as despesas do tratamento como medicamentos, fraldas e dieta.

"Rúbia está internada no Saint Vincent Hospital, na cidade de Brigdeport, onde mora. Ela já foi liberada para a alta, mas agora precisa de terapia intensiva com fonoaudióloga e fisioterapia."

Agora a família tenta um hospital no Brasil. "Como não conseguimos uma clínica nos EUA e o transporte para o Brasil é caro, estamos buscando por um local de recuperação aqui que seja público", explica o irmão.

"Estamos dependendo do fundo para transporte e da vaga em uma instituição pública. De acordo com a arrecadação, talvez possamos conseguir um local de recuperação nos EUA mesmo", diz Rodrigues.
 
Recuperação
O estado de Rúbia é estável, mas ela apresenta sequelas que podem ser irreversíveis ou não. Os médicos disseram à família que a recuperação levará de dois a cinco anos.

"A resposta só virá com o tempo. Ela fala algumas coisas, sempre de forma muito baixa, repete muitas coisas e apresenta um nível pequeno de consciência. Ela não reconhece as pessoas", diz o irmão.

Rúbia é apaixonada por esportes ao ar livre desde a infância (Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal)
Rúbia é apaixonada por esportes ao ar livre desde a infância
(Foto: Arquivo Pessoal)

Rúbia depende de cuidados durante tempo integral. A mãe e um outro irmão dela foram para os EUA ajudar no tratamento. Rodrigues conta que a família recebe muito apoio do namorado da jovem.

"Minha mãe fica com ela 24 horas. Quem acompanha e ajuda é o namorado, que apesar do pouco tempo que a conhecia, não deixou de vê-la em nenhum momento desde o dia do acidente", diz o irmão de Rúbia.

Apesar da difícil situação em que a jovem se encontra, Rodrigues é otimista quanto à recuperação da irmã. "Rúbia é uma menina muito querida porque sempre foi generosa. Vejo o carinho e a quantidade de amigos que ela tem, tanto aqui como nos EUA", disse.

Rúbia é de Paraíso do Tocantins, mas mora há três anos no EUA (Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal)
Rúbia é de Paraíso do Tocantins, mas mora há
três anos no EUA (Foto: Arquivo Pessoal)
"Ela já sofreu muito, passou por momentos muito dolorosos e está sendo muito forte. Acredito que ela possa um dia agradecer a tudo e a todos que já ajudaram e continuam ajudando."
 
Segundo o irmão, Rúbia foi morar nos Estados Unidos porque conheceu um rapaz pela internet. Ela foi visitá-lo, gostou do lugar e acabou ficando. Em Brigdeport,  ela morava com um casal de amigos, a convite.
 
Queda
Rúbia e o namorado estavam andando de bicicleta quando, próximo ao destino, o namorado que estava na frente olhou para traz e viu a jovem já caída no chão, tremendo e sangrando muito.

A ambulância foi chamada e chegou rapidamente ao local. Alguns procedimentos foram feitos e Rúbia foi levada para o hospital. Os médicos diagnosticaram que ela havia sofrido um traumatismo craniano.

A jovem passou por uma cirurgia para retirada de um coágulo e um dreno foi colocado. Rúbia foi deixada em coma induzido. Alguns dias após o procedimento, os médicos detectaram que ela tinha sofrido um derrame.

Novamente Rúbia foi levada para a mesa cirúrgica e teve uma pequena camada do cérebro retirada. Depois da segunda operação, o dreno foi removido e a sedação dela foi diminuída após uma semana.

Foi então que algo mais grave aconteceu. Os médicos detectaram uma inflamação pulmonar, que acarretou em uma parada cardíaca. Um procedimento de reanimação foi iniciado e Rúbia demorou quase cinco minutos para ser reanimada.

A jovem ficou com um nível de oxigênio abaixo do mínimo, o que provocou a falta de oxigenação no cérebro, que por sua vez deixou as diversas sequelas que Rúbia vem  enfrentando.

Fonte