Publicado por Paschoal Fiscal
6 maio 2010 às 6:00
Estou assustado com a quantidade de blogs ou e-mails
que estão ecoando textos apócrifos contra a candidata à Presidência
Dilma Rousseff. Não venha me dizer que isto é coisa pequena, pois os
boatos espalham em progressão geométrica e numa velocidade espantosa.
Pior: até amigos meus razoavelmente bem informados já caíram na
armadilha de achar que Dilma é realmente uma assassina.
Já relatei em outro tópico o funcionamento dessa “máquina da difamação”, inclusive com colaboração ("involuntária", claro) do senador Álvaro Dias. Infelizmente, poucos se deram conta da gravidade da situação.Clique AQUI. Ao que parece, felizmente a baixaria começa a encontrar o seu limite, como no caso da apresentadora Marília Gabriela - que resolveu processar o deputado Aleluia (DEM-BA) por divulgar no blog dele um texto contra Dilma falsamente atribuído a ela, Marília.
O mais recente ataque vem de um texto supostamente escrito pelo pai de Mário Kosel Filho, soldado morto pela guerrilha armada VPR. O referido texto cita claramente Dilma Rousseff como cúmplice da morte do soldado. Em vários blogs, você pode conferir a frase “Mário Kosel foi assassinado por Dilma Rousseff”. Confira clicando AQUI. Se tal baixaria não é passível de um processo por parte da candidata do PT, então sou completamente ignorante em Direito. Ainda que Dilma tivesse participação indireta na morte do soldado, a chamada “Lei da Anistia”, bem ou mal, rechaça a possibilidade de que as feridas dessa parte triste da nossa história sejam reabertas.
Com profundo nojo, tenho constatado que alguns setores da imprensa têm ajudado na propagação de uma virulência que já deveria estar morta e enterrada em 1985. Mas não: querem porque querem inverter a relevância do belo passado de uma mulher que nunca fugiu da luta. Em vez de uma guerreira que lutava por um país mais justo, tentam vender Dilma como “terrorista” e “assassina”. Para que isto? O curioso é que, para os mesmos incautos, a anistia só funciona para os torturadores e pessoas como Fernando Gabeira que, pelo MR-8, teve participação direta e declarada no seqüestro de um embaixador americano. Pessoalmente, não vejo nada de desabonador no passado de Gabeira. Pelo contrário: admiro as pessoas que abdicam dos confortos da vida para ir à luta por um ideal no qual acreditam. O que irrita é a incoerência dos ataques: Gabeira merece crédito porque apóia José Serra. Já Dilma...
Não tenho a mínima dúvida de que os ataques covardes contra Dilma Rousseff estão sendo conscientemente orquestrados por pessoas nada amadoras. A notícia começa de forma “legal”, plantada em sites e blogs de grande audiência e depois, por “coincidência”, começam os textos apócrifos ecoando a coisa. No caso do soldado Mário Kosel Filho, por exemplo, foi Reinaldo Azevedo (blogueiro da revista Veja) quem deu o pontapé inicial com um post no mínimo repugnante que tenta claramente associar o nome “Dilma Rousseff” aos adjetivos “mentirosa”, “contraditória”, “guerrilheira”, “terrorista” e “assassina”. Senão, clique AQUI e corrija-me caso eu tenha interpretado erroneamente o texto.
Pois o post intitulado “Para refrescar a memória da candidata Dilma Rousseff” começa com a tentativa de apontar supostas mentiras e contradições de Dilma sobre a efetiva participação dela na guerrilha armada. Ao final, após vomitar o mais genuíno esgoto do reacionarismo tacanho (como se fosse um porta-voz da ditadura), Reinaldo Azevedo enumera, por cada grupo do qual Dilma teria feito parte, as “pessoas assassinadas”. Este fecho, com títulos chamativos em vermelho e em caixa-alta, traz um malicioso duplo sentido. Senão, vejamos...
Em cada título (sob o qual está a lista das “pessoas assassinadas”), está o nome do grupo ao qual Dilma teria alguma ligação. Mas se você prestar atenção, constatará que, pelo contexto do post, o título pode levar o leitor a duas interpretações. Para que você compreenda melhor, vou colar aqui o que lá está escrito:
“(...)
Seguem as pessoas que as organizações a que Dilma pertenceu mataram. A lista completa com todas as pessoas assassinadas pelas esquerdas foi publicada no dia 12 de janeiro.
PESSOAS ASSASSINADAS PELA VPR OU COM SUA PARTICIPAÇÃO
- 26/06/68- Mário Kozel Filho - Soldado do Exército - SP
- 27/06/68 - Noel de Oliveira Ramos - civil – RJ
(...)”
Se você notar, perceberá que o pronome posessivo "sua", no impactante título, pode levar o leitor a duas interpretações: a participação “da guerrilha” ou a participação “da Dilma”. Estou errado?
Assim, talvez tenha sido com este aval ("involuntário", claro) do blogueiro - que responde por um dos mais importantes veículos de comunicação do Brasil -, que muitos internautas julgam que é lícito espalhar a notícia de que "Dilma Rousseff é uma assassina".
Ande vamos parar?
Já relatei em outro tópico o funcionamento dessa “máquina da difamação”, inclusive com colaboração ("involuntária", claro) do senador Álvaro Dias. Infelizmente, poucos se deram conta da gravidade da situação.Clique AQUI. Ao que parece, felizmente a baixaria começa a encontrar o seu limite, como no caso da apresentadora Marília Gabriela - que resolveu processar o deputado Aleluia (DEM-BA) por divulgar no blog dele um texto contra Dilma falsamente atribuído a ela, Marília.
O mais recente ataque vem de um texto supostamente escrito pelo pai de Mário Kosel Filho, soldado morto pela guerrilha armada VPR. O referido texto cita claramente Dilma Rousseff como cúmplice da morte do soldado. Em vários blogs, você pode conferir a frase “Mário Kosel foi assassinado por Dilma Rousseff”. Confira clicando AQUI. Se tal baixaria não é passível de um processo por parte da candidata do PT, então sou completamente ignorante em Direito. Ainda que Dilma tivesse participação indireta na morte do soldado, a chamada “Lei da Anistia”, bem ou mal, rechaça a possibilidade de que as feridas dessa parte triste da nossa história sejam reabertas.
Com profundo nojo, tenho constatado que alguns setores da imprensa têm ajudado na propagação de uma virulência que já deveria estar morta e enterrada em 1985. Mas não: querem porque querem inverter a relevância do belo passado de uma mulher que nunca fugiu da luta. Em vez de uma guerreira que lutava por um país mais justo, tentam vender Dilma como “terrorista” e “assassina”. Para que isto? O curioso é que, para os mesmos incautos, a anistia só funciona para os torturadores e pessoas como Fernando Gabeira que, pelo MR-8, teve participação direta e declarada no seqüestro de um embaixador americano. Pessoalmente, não vejo nada de desabonador no passado de Gabeira. Pelo contrário: admiro as pessoas que abdicam dos confortos da vida para ir à luta por um ideal no qual acreditam. O que irrita é a incoerência dos ataques: Gabeira merece crédito porque apóia José Serra. Já Dilma...
Não tenho a mínima dúvida de que os ataques covardes contra Dilma Rousseff estão sendo conscientemente orquestrados por pessoas nada amadoras. A notícia começa de forma “legal”, plantada em sites e blogs de grande audiência e depois, por “coincidência”, começam os textos apócrifos ecoando a coisa. No caso do soldado Mário Kosel Filho, por exemplo, foi Reinaldo Azevedo (blogueiro da revista Veja) quem deu o pontapé inicial com um post no mínimo repugnante que tenta claramente associar o nome “Dilma Rousseff” aos adjetivos “mentirosa”, “contraditória”, “guerrilheira”, “terrorista” e “assassina”. Senão, clique AQUI e corrija-me caso eu tenha interpretado erroneamente o texto.
Pois o post intitulado “Para refrescar a memória da candidata Dilma Rousseff” começa com a tentativa de apontar supostas mentiras e contradições de Dilma sobre a efetiva participação dela na guerrilha armada. Ao final, após vomitar o mais genuíno esgoto do reacionarismo tacanho (como se fosse um porta-voz da ditadura), Reinaldo Azevedo enumera, por cada grupo do qual Dilma teria feito parte, as “pessoas assassinadas”. Este fecho, com títulos chamativos em vermelho e em caixa-alta, traz um malicioso duplo sentido. Senão, vejamos...
Em cada título (sob o qual está a lista das “pessoas assassinadas”), está o nome do grupo ao qual Dilma teria alguma ligação. Mas se você prestar atenção, constatará que, pelo contexto do post, o título pode levar o leitor a duas interpretações. Para que você compreenda melhor, vou colar aqui o que lá está escrito:
“(...)
Seguem as pessoas que as organizações a que Dilma pertenceu mataram. A lista completa com todas as pessoas assassinadas pelas esquerdas foi publicada no dia 12 de janeiro.
PESSOAS ASSASSINADAS PELA VPR OU COM SUA PARTICIPAÇÃO
- 26/06/68- Mário Kozel Filho - Soldado do Exército - SP
- 27/06/68 - Noel de Oliveira Ramos - civil – RJ
(...)”
Se você notar, perceberá que o pronome posessivo "sua", no impactante título, pode levar o leitor a duas interpretações: a participação “da guerrilha” ou a participação “da Dilma”. Estou errado?
Assim, talvez tenha sido com este aval ("involuntário", claro) do blogueiro - que responde por um dos mais importantes veículos de comunicação do Brasil -, que muitos internautas julgam que é lícito espalhar a notícia de que "Dilma Rousseff é uma assassina".
Ande vamos parar?
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