Por Altamiro Borges, do Blog do Miro
Numa notinha de 2.158 toques, a Folha noticia hoje que a
ex-ministra Erenice Guerra foi inocentada no inquérito que apurou seu
envolvimento num suposto esquema de tráfico de influência na Casa Civil.
O caso foi arquivado pela Justiça Federal por absoluta falta de provas e
a sentença do juiz Vallisney de Souza Oliveira teve o apoio do
Ministério Público e a PF, que acompanharam o processo aberto há um ano e
sete meses. Em síntese: tratou-se de mais um assassinato de reputação
patrocinado pela mídia!
Erenice era considerada o braço direito da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (Elza Fiúza/ABr) |
A própria Folha confirma o seu ato irresponsável e criminoso.
“Erenice perdeu o cargo de ministra da Casa Civil em 2010, em meio à
disputa presidencial. A queda ocorreu no dia em que a Folha revelou que
ela recebeu um empresário e o orientou a contratar a consultoria do seu
filho para conseguir um empréstimo no BNDES”. O tal “empresário” era
Rubnei Quícoli, um notório vigarista que o jornal utilizou como fonte
das suas acusações levianas para fabricar mais um escândalo político.
As razões políticas do escândalo fabricado
O escândalo não teve apenas razões comerciais, não
visou apenas aumentar as vendas com base em matérias sensacionalistas.
Ele teve conotação política. Visou interferir diretamente nas eleições
presidenciais de 2010. Erenice era considerada o braço direito da
ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e ocupou a pasta quando esta
deixou o posto para disputar a sucessão. A mesma Folha se jacta, na
maior caradura, que “o escândalo tirou votos de Dilma e acabou
contribuindo para levar a eleição ao segundo turno”.
Além da Folha, a revista Veja fez da denúncia leviana uma corrosiva
peça de campanha eleitoral. Num gesto criminoso, ela obrou a capa
terrorista com o título “Caraca, que dinheiro é esse”. A “reporcagem”
dizia que pacotes de até R$ 200 mil teriam sido entregues no interior da
Casa Civil, então comandada por Erenice Guerra. Tudo a partir de
denúncias em off, de fontes anônimas. A revista não apresentou qualquer
prova concreta e, na sequência, também se gabou da degola da
ex-ministra. Um crime!
Agora, Erenice foi inocentada pela Justiça. E como ficam os assassinos de reputações da Folha e da Veja?
Nenhum comentário:
Postar um comentário