Jornalista e Professor Dr. Lúcio Vilar (UFPB)
Fundado em 1851, o The New York Times é considerado ainda hoje o mais
influente jornal dos Estados Unidos com ressonâncias planetárias, dada
sua tradição de credibilidade que lhe conferiu lugar especial na
história do jornalismo contemporâneo. Ao veículo críticas podem ser
imputadas, menos de que tenha tido em algum momento de sua trajetória
posicionamentos editoriais à esquerda. Quem derrubou Nixon, por exemplo,
não foi o NYT, mas o Washington Post.
Pois é, dito isso, vamos ao que interessa: além dos igualmente
relevantes jornais e veículos The Guardian (Inglaterra), El
País (Espanha), CNN (EUA) e Der Spiegel (Alemanha), o NYT condenou, em
editorial, o ‘golpe de abril’ transmitido em rede nacional no último
domingo.
“Dilma, que foi reeleita em 2014 por quatro anos, está sendo
responsabilizada pela crise econômica do país e pelas revelações das
investigações de corrupção que envolve a classe política brasileira”,
disse o jornal que já havia reiterado em matéria anterior a conduta de
honestidade da presidenta da República.
Já o britânico The Guardian estampou: “Congresso hostil e manchado
por corrupção”, enquanto o espanhol El País reforçou: “Deus derruba a
presidente do Brasil”, citando os deputados que justificaram o voto pelo
impeachment com argumentos de cunho religioso.
O espetáculo dantesco de pornografia política explícita - em nome de
Deus e de torturadores - envergonhou o Brasil perante o mundo. Agora,
somos a nova “república bananeira”.
Quem vai pagar por isso?!…
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