Por: Agência PT, em 9 de junho de 2015 às 09:52:00
Uma das publicações científicas mais
importantes e mais prestigiadas sobre medicina em todo mundo, o The New
England Journal of Medicine, publicou, nesta semana, um artigo em que
apresenta o Sistema Único de Saúde (SUS) e faz avaliações positivas
sobre a saúde pública brasileira.
“O Brasil tem feito rápidos progressos
rumo à cobertura universal da população através de seu sistema nacional
de saúde, o Sistema Único de Saúde (SUS)”, avalia a publicação.
“Como muitos sistemas de saúde, o SUS se
esforça para atender às novas necessidades de uma população que
envelhece rapidamente e para cumprir o seu mandato constitucional de
alcançar o acesso equitativo aos serviços para todos os cidadãos”, diz o
texto.
O artigo relembra que todos os serviços
de saúde oferecidos pelo SUS são financiados com recursos públicos,
inclusive medicamentos. O texto também apresenta informações relevantes
sobre o Programa Saúde da Família. Em 1998, segundo dados da publicação,
o Brasil contava com 1 mil equipes no programa, incluindo agentes de
saúde de 60 mil comunidades que prestavam serviços a 7 milhões de
pessoas, o correspondente a 4% da população.
Em 2014, ainda de acordo com o artigo, o
número de funcionários passou para mais de 265 mil agentes comunitários
da saúde, além de 30 mil equipes de saúde bucal que, juntas, servem 120
milhões de pessoas, ou seja, 62% da população brasileira.
“Numerosos estudos mostraram que a
expansão das equipes de saúde de família tem resultado em melhorias na
saúde infantil, incluindo reduções grandes e sustentáveis na mortalidade
infantil, e, em particular, a mortalidade pós-neonatal por diarréia e
infecções respiratórias”, explica o artigo.
“Entre os adultos, a expansão das
equipes de saúde da família tem sido associadas à redução da mortalidade
por causas cardiovasculares e cerebrovasculares, grandes reduções nas
taxas de internação por condições sensíveis ao cuidado ambulatorial, e
as taxas reduzidas de complicações de algumas doenças crônicas, como
diabetes”, completa o texto.
Apesar das conquistas dos últimos anos, o
The New England Journal of Medicine reconhece que a saúde pública
brasileira ainda deve avançar em alguns setores, como o da tecnologia.
“Novas propostas incluem o
desenvolvimento de registros nacionais de saúde eletrônicos e maior
acesso a ferramentas de diagnóstico na atenção primária”, explica.
No entanto, mesmo com algumas
deficiências, o sistema público de saúde brasileiro é, para a
publicação, exemplo para as nações. “O mundo pode aprender algumas
lições da experiência brasileira”, defende.
“Em primeiro lugar, os cuidados
primários com base na comunidade podem funcionar se feitos corretamente.
Exige um plano sólido, geração de evidências e projetos-piloto, uma
visão de longo prazo, e o compromisso de manutenção financeira e
política”, explica o artigo.
“Por fim, a construção de um sistema de
cuidados de saúde primários robusto é mais do que um exercício
burocrático; no Brasil, tem requerido movimentos sociais e compromisso
profissional de longo prazo”, finaliza o texto.
Leia o artigo, em inglês, na íntegra.
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