11/10/2015 às 10h42 (Atualizado em 11/10/2015 às 11h05)
Para contestar resultado do pleito que elegeu Dilma Rousseff, a sigla solicitou auditoria ao TSE
Documento elaborado pelo PSDB deve ser apresentado ao TSE e vai
sugerir série de alterações no sistema de votação. Elza Fiúza/03.09.2010/ABr |
Quase um ano depois de o PSDB pedir autorização ao TSE (Tribunal
Superior Eleitoral) para promover uma auditoria sobre o resultado da
eleição presidencial de 2014, o partido concluiu na semana passada que
não houve fraude no processo.
Um documento elaborado pelo departamento jurídico da sigla deve ser
apresentado ao TSE nesta semana, provavelmente na quarta-feira, dizendo
que o relatório das urnas não é "conclusivo" em relação a fraudes, mas
que o sistema de voto eletrônico "não permite a plena auditagem".
Segundo o relato de tucanos que tiveram acesso ao documento, o PSDB vai
sugerir que o tribunal faça uma série de alterações no sistema de
votação, como adoção do voto impresso, unificação do horário da eleição
em todo território nacional e aperfeiçoamento do sistema de voto
paralelo, adaptando-se ao voto biométrico.
Os tucanos pedirão também que o TSE faça uma "tese de penetração",
procedimento que consiste em forjar um ataque de hacker a uma urna em
condições normais de uso.
A decisão de promover uma auditoria das urnas foi tomada apenas quatro
dias depois do 2º turno das eleições presidenciais do ano passado e foi o
primeiro movimento do PSDB de contestação ao resultado do pleito. Em
dezembro, o partido abriu outra frente ao protocolar no TSE um pedido de
cassação do registro da candidatura de Dilma Rousseff e Michel Temer
com alegação de que eles teriam praticado abuso do poder político e
econômico na campanha eleitoral.
Com o acirramento da crise política, o julgamento pelo TCU (Tribunal de
Contas da União) das contas do governo e no TSE da ação aberta pelo
PSDB, o pedido de auditoria se tornou, nas palavras de um tucano,
"obsoleto".
A avaliação majoritária do partido é de que a iniciativa acabou se
tornando um problema porque reforçaria o discurso governista de que a
oposição quer ganhar a eleição no tapetão.
Procurado pela reportagem, o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), disse que não poderia falar sobre a auditoria, pois ela está em sigilo, mas elogiou o tribunal.
Procurado pela reportagem, o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), disse que não poderia falar sobre a auditoria, pois ela está em sigilo, mas elogiou o tribunal.
- O presidente do TSE agiu com correção durante todo o processo e o PSDB
reconhece que só foi possível fazer o trabalho de auditoria pela
contribuição do presidente daquela Corte.
A assessoria do TSE afirmou que "até o presente momento" não foi
protocolado pelo interessado (o PSDB) qualquer manifestação nos autos do
processo.
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