05/01/2015 - Copyleft
Mauro Santayana |
Não são poucos os países e lideranças externas que torcem
para que nossa nação sucumba, e se entregue a países que sempre nos
exploraram.
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Inaugura-se, nesta quinta-feira, novo
ano no Calendário Gregoriano, o de número 2015 após o nascimento de
Jesus Cristo, 515, depois do Descobrimento, 193, da Independência, e
125, da Proclamação da República.
Tais
referências cronológicas ajudam a lembrar que nem o mundo, nem o
Brasil, foram feitos em um dia, e que estamos aqui como parte de longo
processo histórico que flui em velocidade e forma muitíssimo diferentes
daquelas que podem ser apreendidas e entendidas, no plano individual,
pela maioria dos cidadãos brasileiros.
Ao
longo de todo esse tempo, e mesmo antes do nascimento de Cristo, já
existíamos, lutávamos, travávamos batalhas, construíamos barcos e
pirâmides, cidades e templos, nações e impérios, observávamos as
estrelas, o cair da chuva, o movimento do Sol e da Lua sobre nossas
cabeças, e o crescimento das plantas e dos animais.
Em que ponto estamos de nossa História?
Nesta
passagem de ano, somos 200 milhões de brasileiros, que, em sua imensa
maioria, trabalham, estudam, plantam, criam, empreendem, realizam,
todos os dias.
Nos
últimos anos, voltamos a construir navios, hidrelétricas, refinarias,
aeroportos, ferrovias, portos, rodovias, hidrovias, e a fazer coisas que
nunca fizemos antes, como submarinos - até mesmo atômicos - ou trens de
levitação magnética.
Desde 2002, a safra agrícola duplicou - vai bater novo recorde este ano - e a produção de automóveis, triplicou.
Há
12 anos, com 500 bilhões de dólares de PIB, devíamos 40 bilhões de
dólares ao FMI, tínhamos uma dívida líquida de mais de 50%, e éramos a
décima-quarta economia do mundo.
Hoje,
com 2 trilhões e 300 bilhões de dólares de PIB, e 370 bilhões de
dólares em reservas monetárias, somos a sétima maior economia do mundo.
Com menos de 6% de desemprego, temos uma dívida líquida de 33%, e um
salário mínimo, em dólares, mais de três vezes superior ao que tínhamos
naquele momento.
De onde vieram essas conquistas?
Do
suor, da persistência, do talento e da criatividade de milhões de
brasileiros. E, sobretudo, da confiança que temos em nós mesmos, no
nosso trabalho e determinação, e no nosso país.
Não podemos nos iludir.
Não
estamos sozinhos neste mundo. Competimos com outras grandes nações, que
conosco dividem as 10 primeiras posições da economia mundial, por
recursos, mercados, influência política e econômica, em escala global.
Não
são poucos os países e lideranças externas, que torcem para que nossa
nação sucumba, esmoreça, perca o rumo e a confiança, e se entregue,
totalmente, a países e regiões do mundo que sempre nos exploraram no
passado - e ainda continuam a fazê-lo - e que adorariam ver diminuída a
projeção do Brasil sobre áreas em que temos forte influência
geopolítica, como a África e a América Latina.
Nosso
espaço neste planeta, nosso lugar na História, foi conquistado com suor
e sangue, por antepassados conhecidos e anônimos, entre outras muitas
batalhas, nas lutas coloniais contra portugueses, holandeses, espanhóis e
franceses; na Inconfidência Mineira, e nas revoltas que a precederam
como a dos Beckman e a de Filipe dos Santos; nas Conjurações Baiana e
Carioca, na Revolução Pernambucana; na Revolta dos Malês e no Quilombo
de Palmares; na Guerra de Independência até a expulsão das tropas
lusitanas; nas Entradas e Bandeiras, com a Conquista do Oeste, da qual
tomaram parte também Rondon, Getúlio e Juscelino Kubitscheck; na luta
pela Liberdade e a Democracia nos campos de batalha da Europa, na
Segunda Guerra Mundial.
As
passagens de um ano para outro, deveriam servir para isso: refletir
sobre o que somos, e reverenciar patriotas do passado e do presente.
Brasileiros
como os que estão trabalhando, neste momento, na selva amazônica,
construindo algumas das maiores hidrelétricas do mundo, como Belo Monte,
Jirau e Santo Antônio; como os que vão passar o réveillon em
clareiras no meio da floresta, longe de suas famílias, instalando torres
de linhas de alta tensão de transmissão de eletricidade de centenas de
quilômetros de extensão; ou os que estão trabalhando, a dezenas de
metros de altura, em nossas praias e montanhas, montando ou dando
manutenção em geradores eólicos; ou os que estão construindo gigantescas
plataformas de petróleo com capacidade de exploração de 120.000 barris
por dia, no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul, como as 9 que foram
instaladas este ano; ou os que estão construindo novas refinarias e
complexos petroquímicos, como a RENEST e o COMPERJ, em Pernambuco e no
Rio de Janeiro; ou os que estão trabalhando na ampliação e reforma de
portos, como os de Fortaleza, Natal, Salvador, Santos, Recife, ou no
término da construção do Superporto do Açu, no Rio de Janeiro; ou os
técnicos, oficiais e engenheiros da iniciativa privada e da Marinha que
trabalham em estaleiros, siderúrgicas e fundições, para construir nossos
novos submarinos convencionais e atômicos, em Itaguaí; os técnicos da
AEB - Agência Espacial Brasileira, e do INPE - Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais, que acabam de lançar, com colegas chineses, o
satélite CBERS-4, com 50% de conteúdo totalmente nacional; os que
trabalham nas bases de lançamento espacial de Alcântara e Barreira do
Inferno; os oficiais e técnicos da Aeronáutica e da Embraer, que se
empenham para que o primeiro teste de voo do cargueiro militar KC-390, o
maior avião já construído no Brasil, se dê com sucesso e dentro dos
prazos, até o início de 2015; os operários da linha de montagem dos
novos blindados do Exército, da família Guarani, em Sete Lagoas, Minas
Gerais, e os engenheiros do exército que os desenvolveram; os que
trabalham na linha de montagem dos novos helicópteros das Forças
Armadas, na Helibras, e os oficiais, técnicos e operários da IMBEL, que
estão montando nossos novos fuzis de assalto, da família IA-2, em
Itajubá; os que produzem novos cultivares de cana, feijão, soja e outros
alimentos, nos diferentes laboratórios da EMBRAPA; os que estão
produzindo navios com o comprimento de mais de dois campos de futebol, e
a altura da Torre de Pisa, como o João Candido, o Dragão do Mar, o
Celso Furtado, o Henrique Dias, o Quilombo de Palmares, o José Alencar,
em Pernambuco e no Rio de Janeiro; os que estão construindo
navios-patrulha para a Marinha do Brasil e para marinhas estrangeiras
como a da Namíbia, no Ceará; os engenheiros que desenvolvem mísseis de
cruzeiro e o Sistema Astros 2020 na AVIBRAS; os que estão na Suécia,
trabalhando, junto à Força Aérea daquele país e da SAAB, no
desenvolvimento do futuro caça supersônico da FAB, o Gripen NG BR,
e na África do Sul, nas instalações da DENEL, e também no Brasil, na
Avibras, na Mectron, e na Opto Eletrônica, no projeto do míssil ar-ar
A-Darter, que irá equipá-los; os nossos soldados, marinheiros e
aviadores, que estão na selva, na caatinga, no mar territorial, ou
voando sobre nossas fronteiras, cumprindo o seu papel de defender o
país, que precisam dessas novas armas; os pesquisadores brasileiros das
nossas universidades, institutos tecnológicos e empresas privadas, como
os que trabalham ITA e no IME, no Laboratório Nacional de Luz
Síncrotron, ou no projeto de construção e instalação do nosso novo
Acelerador Nacional de Partículas, no Projeto Sirius, em São Paulo; os
técnicos e engenheiros da COPPE, que trabalham com a construção do
ônibus brasileiro a hidrogênio, com tubinas projetadas para aproveitar
as ondas do mar na geração de energia, com a construção da primeira
linha nacional de trem a levitação magnética, com o MAGLEV COBRA; nossos
estudantes e professores da área de robótica, do Rio de Janeiro, São
Paulo, Mato Grosso, Minas Gerais, várias vezes campeões da Robogames, nos Estados Unidos.
Neste
momento, é preciso homenagear esses milhões de compatriotas,
afirmando, mostrando e lembrando - e eles sabem e sentem profundamente
isso - que o Brasil é muito, mas muito, muitíssimo maior que a
corrupção.
É
esse sentimento, que eles têm e dividem entre si e suas famílias, que
faz com que saíam para trabalhar, com garra e determinação, todos os
dias, cheios de orgulho pelo que fazem e pelo nosso país.
E
é por causa dessa certeza, que esses brasileiros estão se unindo e vão
se mobilizar, ainda mais, em 2015, para proteger e defender as obras, os
projetos e programas em que estão trabalhando, lutando, no Congresso,
na Justiça, e junto à opinião pública, para que eles não sejam
descontinuados, destruídos, interrompidos, colocando em risco seus
empregos, sua carreira, e a sobrevivência de suas famílias.
Eles
não têm tempo para ficar teclando na internet, mas sabem que não são
bandidos, que não cometeram nenhum crime e que não merecem ser punidos,
direta ou indiretamente, por atos dos quais não participaram, assim
como a Nação não pode ser punida pelos mesmos motivos.
Eles
têm a mais absoluta certeza de que a verdadeira face do Brasil pode ser
vista nesses projetos e empresas - e no trabalho de cada um deles - e
não na corrupção, que se perpetua há anos, praticada por uma ínfima e
sedenta minoria. E intuem que, às vezes, na História, a Pátria consegue
estabelecer seus próprios objetivos, e estes conseguem se sobrepor aos
interesses de grupos e segmentos daquele momento, estejam estes na
oposição ou no governo.
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