10/09/2015 - Copyleft
Paulo Nogueira - Diário do Centro do Mundo
Petra Laszlo, jornalista húngara que chutou imigrantes tem
várias cópias brasileiras, como Rachel Sheherazade.
Alguém pergunta, numa rede
social: como uma profissão que sempre produziu pessoas de alta
consciência social, o jornalismo, pode abrigar monstros morais como a
húngara Petra Laszlo?
Petra virou uma abominação mundial ao ser flagrada chutando e derrubando refugiados na Hungria.
A
explicação para a conduta desumana de Petra não está no afrouxamento do
caráter dos jornalistas, embora isso possa estar acontecendo.
A resposta está na ideologia.
Petra,
como logo se soube, é nacional socialista. Ou seja, nazista. Ela
trabalhava, até ser demitida ontem mesmo, numa emissora de extrema
direita da Hungria.
Um traço essencial do caráter das pessoas de
extrema direita é a desumanidade, o ódio torrencial, a falta de
compaixão, solidariedade e outras coisas que conectam os seres humanos.
Detestam imigrantes. Detestam pobres. Detestam negros. Detestam homossexuais e demais minorias.
São incapazes de se comover com o sofrimento de uma criança miserável. Preferem vê-la morta.
Petra é deste grupo.
Ela
guarda uma notável semelhança física com uma alma gêmea sua, o
norueguês Anders Breivik, o ultradireitista que matou mais de 70 jovens
em nome do combate à expansão dos muçulmanos.
O mesmo semblante, a mesma frieza, o mesmo ar de pretensa superioridade racial.
No Brasil, essa escória moral está por trás de grupos que vestem verde e amarelo e vão para as ruas pedir a volta da ditadura.
Nas
redes sociais, eles disseminam seu ódio patológico, cego e obtuso. Um
de seus alvos frequentes são os nordestinos, para eles uma subraça,
assim como os refugiados para Petra.
Há um mentor por trás da extrema direita brasileira, o pseudofilósofo Olavo de Carvalho, que é a própria personificação do ódio.
Ele arregimentou seguidores que espalham sua pregação raivosa, intolerante e primitiva.
Entre eles está uma espécie de duplo de Petra, Rachel Sheherazade.
Sheherazade
virou um caso nacional quando defendeu os linchadores de um garoto que
tem todos os defeitos para gente que pensa como ela: pobre e negro.
Até
o governo federal, tão leniente quando se trata de encher de dinheiro
empresas de mídia que sabotam a democracia, ficou passado.
Para
não perder o Anualão de 150 milhões de reais de verbas publicitárias do
governo, Silvio Santos colocou-a na geladeira. Transformou-a numa
locutora, à espera, com certeza, de que o PT saia do poder para
devolvê-la à condição de comentarista.
Petra faria o mesmo que Sheherazade, caso fosse brasileira.
Se
estivesse filmando o menino justiçado que trouxe notoriedade a
Sheherazade, daria os mesmos pontapés que deu em refugiados em situação
extrema, incluídas crianças.
Parecia que o Brasil estava livre da praga da extrema direita inumana.
Mas não.
Ela está aí, com todo o catálogo de abominações típicos dos nazistas.
E
o pior é que, por razões oportunísticas e sórdidas, os senhores do ódio
recebem no Brasil o estímulo da oposição e, claro, da imprensa.
Basta ver o número de ultradireitistas com posições privilegiadas nas corporações de mídia.
Sheherazade, nossa Petra, é um caso que está longe de ser único.
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